Por Bruna Bellis e María Lourdes Ollivier. Nos programas educacionais do Grupo Techint, o ciclo de melhoria contínua está centrado nas e nos estudantes, portanto, os recursos materiais, humanos e financeiros são direcionados para cumprir o objetivo de impulsionar seu desenvolvimento.
“A mudança constante e o progresso têm sido, há muito tempo, as marcas da era moderna. (…) A educação deve responder às necessidades que surgem dessa mudança cultural, não apenas propondo transformações curriculares, mas também considerando ajustes na organização e na gestão como partes integrantes dessa transformação.” (Aguerrondo, 1996) (Aguerrondo, 1996)[1]
O conceito de melhoria contínua é frequentemente associado à abordagem estratégica de uma empresa ou projeto industrial, visando à otimização de processos ao longo do tempo, o que contribui significativamente para o sucesso e a eficiência. No Grupo Techint, a busca pela melhoria contínua está presente em todas as suas atividades, tanto nos processos industriais das empresas quanto nos programas educacionais desenvolvidos junto às comunidades. Já em 1993, Roberto Rocca, um dos fundadores do Grupo, fez referência à integração entre empresa, educação e desenvolvimento em um artigo para a revista Entelequia.[2]
Nos Programas Educacionais Roberto Rocca, a melhoria contínua está centrada nos estudantes, direcionando todos os recursos materiais, humanos e financeiros para o objetivo de impulsionar seu desenvolvimento, com a educação como ferramenta-chave para o progresso individual e social. Isso é alcançado através de linhas de ação que engajam cada ator envolvido, destacando o pensamento sistêmico e estratégico, bem como o aprendizado organizacional.
O pensamento sistêmico e estratégico oferece o marco para a reflexão e análise dos objetivos, orientando a implementação dos Programas Educacionais Roberto Rocca em seu contexto específico. O aprendizado organizacional é constituído por processos de comunicação interna e externa, com feedback contínuo sobre conquistas, oportunidades de melhoria e demandas. Esse processo de avaliação apoia a construção coletiva do conhecimento, levando à inovação e aumentando o valor agregado dos processos educacionais.
A estratégia top-down é elaborada com base em evidências globais, apoiada por especialistas e implementada localmente por equipes regionais. O acompanhamento dessas implementações é realizado por meio das Comunidades de Prática e Aprendizagem, globais e locais, compostas por colaboradores de diferentes programas e comunidades. Essas comunidades facilitam o diálogo, a reflexão e a troca de conhecimento, servindo como parte do desenvolvimento profissional contínuo. Essa reflexão intencional e sustentada promove a construção de culturas dinâmicas focadas na aprendizagem contínua para toda a comunidade educacional, tanto direta quanto indiretamente[3]. Uma vez por ano, os líderes das Comunidades de Prática e Aprendizagem submetem as oportunidades de melhoria identificadas a um comitê; após validação pela governança dos Programas Educacionais Roberto Rocca, essas oportunidades são incorporadas ao design original (bottom-up).
Outro aspecto essencial é a transparência e a mensuração de resultados, que orientam a tomada de decisões para a melhoria contínua do modelo de gestão. Os líderes dos programas participam das comunidades de prática, analisam indicadores, propõem planos de melhoria e tornam-se parte de uma organização coletiva e em rede que aprende, fortalecendo o sistema por meio da integração e do feedback.
Nos Programas Educacionais Roberto Rocca, esse ciclo de melhoria contínua se desenrola em quatro etapas ilustradas no diagrama a seguir, resumindo os pontos mencionados acima:
Ciclo de Melhoria Contínua - Programas Educacionais Roberto Rocca
O ciclo começa com o design estratégico das propostas e ações para os Programas Educacionais Roberto Rocca a longo prazo, o que é possível apenas através da colaboração entre a visão global do Grupo Techint e a implementação local dentro do contexto de cada comunidade. Essas estratégias educacionais entram então na fase de implementação, iniciando um processo iterativo de prática e aprendizado constante através das comunidades. As avaliações regulares da qualidade de implementação desses designs são fundamentais no ciclo de melhoria contínua. Utilizando indicadores padronizados entre regiões e alinhados aos modelos de programas, avalia-se se os objetivos estão sendo alcançados. Esse processo continua com a etapa de feedback, onde diálogos necessários são estabelecidos tanto para o desenvolvimento de nossos profissionais quanto para a melhoria dos programas.
A médio e longo prazo, esse ciclo de melhoria contínua permite a evolução de nossos programas, que, enriquecidos por experiências e trocas em contextos locais e globais, bem como pelos avanços na indústria, ciência e educação, encontram oportunidades para se fortalecer internamente, revisitando aspectos de design, caso as condições mudem.
[1]Aguerrondo, I. (1996). La escuela como organización inteligente. Buenos Aires: Editorial Troquel.
[2]“La educación afecta el desarrollo humano en sus aspectos culturales, sociológicos, calidad de vida, desarrollo económico. El desarrollo económico es sólo una de las finalidades de la educación”. Roberto Rocca (1993). Empresa y educación. Educación y empresa. Revista Entelequia.
[3]Hargreaves, S., & Shirley, D. (2009). The Fourth Way: The inspiring future for educational change. California: Corwin.
BIOS
Bruna Bellis. Gerente do programa educacional Extra Classe Roberto Rocca e atuando desde 2016 em Relações com a Comunidade no Grupo Techint. Formada em Relações Públicas e atualmente cursa um mestrado em Sustentabilidade em São Paulo, Brasil.
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María Lourdes Ollivier. Especialista em Pedagogia e Melhoria Contínua para os Programas Educacionais Roberto Rocca, Relações com a Comunidade, Grupo Techint. Trabalhou por cinco anos na Escola Técnica Roberto Rocca. Professora e Licenciada em Psicopedagogia, Especialista em Educação em Buenos Aires, Argentina.