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Desafios da aprendizagem da matemática nas escolas de ensino fundamental I

Nesta entrevista, Margarita Gómez e Ismael Mauricio Duque Escobar, profissionais de STEM da Academia Colombiana de Ciências, compartilham detalhes sobre a implementação da metodologia PREST-Math no programa Aula Extra Roberto Rocca para os anos iniciais do Ensino Fundamental.

Nota

Quando vocês iniciaram a aliança com o programa Aula Extra Roberto Rocca e por que vocês decidiram trabalhar com  PREST?

Margarita: Trabalhamos com o programa Aula Extra desde 2018 e, naquela época, era mais voltado para a ciência. Com o passar do tempo, começamos a pensar em abordar temas STEM porque, para progredir na ciência, na tecnologia ou na computação, é necessário ter uma boa base em matemática.

Mas aqui tratamos de outra questão: em geral, meninas e meninos não gostam de matemática. Eles vão para o ensino médio dizendo: “não sou bom em matemática” ou quero fazer algo que não tenha a ver com matemática.” Isto é ainda mais preocupante nas comunidades em situação vulnerável como aquelas em que trabalhamos, porque esta vulnerabilidade também está associada ao baixo desempenho no pensamento matemático.

Foi assim que surgiu a ideia de trabalhar com PREST, uma organização sem fins lucrativos de Quebec (Canadá) que fornece recursos educacionais para o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas que promovam o ensino eficaz de matemática, ciências e tecnologia nas escolas primárias. Assim como o programa Aula Extra, busca formar alunos abertos, críticos, articulados, criativos e competentes nas áreas STEM.

Costumamos usar uma expressão que tiramos de um documento de planejamento estratégico STEM nos Estados Unidos: “fazer da matemática um imã” porque, se quisermos falar de ciência, tecnologia e desenvolvimento nestas áreas, temos de garantir que as crianças gostem de matemática."

Mauricio: Depois de analisar diferentes alternativas, chegamos à conclusão de que o caso do Canadá era o menos distante do nosso contexto por ser um país fortemente multicultural, com áreas rurais bastante importantes, então começamos a desenvolver um portfólio de recursos e ferramentas que nos permitiu trabalhar com professores, meninos e meninas na América Latina.

Como o programa PREST foi adaptado para a América Latina?

Mauricio: Foi um esforço conjunto, porque no Canadá PREST tinha um repositório de atividades matemáticas que cada professor integrava em seu programa de estudos. Foi assim que realizamos a tarefa de curadoria, seleção, estruturação e tradução do material.

Margarita: Todas as ferramentas foram adaptadas ao contexto latino-americano. Contudo, não existem grandes diferenças no que uma criança no Canadá, na Colômbia ou no México deveria aprender em matemática; As diferenças residem fundamentalmente no fato de os professores na América Latina terem menos horas de formação específica em matemática.

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Margarita Gómez.

Atualmente cerca de 2.200 alunos de 13 escolas primárias de seis países participam do Aula Extra Roberto Rocca. Como você avalia a evolução de meninos e meninas com a implantação do programa?

Maurício: Primeiramente e de forma sistemática, é feito um pré e pós-teste aos meninos e meninas participantes, para determinar de onde partimos e como está sua evolução após passarem pelo programa. Em geral, o impacto é bastante elevado em todas as comunidades, praticamente sem exceção. Acho que há elementos suficientes para dizer que o programa foi positivo na promoção da aprendizagem dos alunos, está dando bons resultados e está ajudando essas crianças a progredirem. Prova disso é que, ao retomarem as atividades presenciais, os alunos doAula Extra dobraram seu desempenho em Matemática ao longo de um ano de trabalho, medido com a prova padronizada que vem sendo utilizada.

Qual é a situação do ensino fundamental na América Latina?

Margarita: O que geralmente se observa na América Latina é que a disparidade de desempenho aumenta com o passar dos anos: no início, um bom número de crianças consegue alcançar o aprendizado; mas à medida que crescem, ficam mais longe de alcançar os resultados esperados. E vimos isso no Aula Extra.

Meninos e meninas da 4ª ou 5ª série, por exemplo, vêm acumulando déficits educacionais em relação ao esperado, isso significa que o professor não pode correr muito porque não tem com quem fazer isso. Isso obviamente acaba afetando o nível de aprendizagem.

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Ismael Mauricio Duque Escobar.

A pandemia afetou o aprendizado dos alunos? Como você trabalhou no programa depois disso?

Mauricio: Como falamos anteriormente, a aprendizagem na América Latina já apresentava déficits. O que a pandemia fez foi deixar novas marcas na educação, especialmente para crianças de contextos vulneráveis. Diante disso, a partir do Aula Extra Roberto Rocca, diferentes estratégias foram definidas para redesenhar a proposta educacional: por um lado, o ensino da alfabetização foi reforçado para quem tinha maiores dificuldades de aprendizagem. Pelo outro, foi desenhado e implementado um plano de remediação matemática, de forma a colocar os alunos no nível que necessitavam, de acordo com o ano de escolaridade que frequentavam.

Como expressa Bruna Bellis, Gerente Global do Aula Extra Roberto Rocca, “para o Grupo Techint, proporcionar oportunidades para meninas e meninos do ensino fundamental descobrirem a matemática com materiais manipulativos concretos, em uma proposta que incentiva a aprendizagem colaborativa, e através da nossa abordagem STEM, e poder usar este pensamento matemático para resolver problemas da vida real nas suas próprias comunidades é olhar para o futuro das nossas comunidades, apostando nos mais jovens”.

Saiba mais sobre a metodologia PREST-Math aplicada pelo programa Aula Extra Roberto Rocca, clique aqui.

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